Saiba como está o mercado de trabalho da engenharia cartográfica.
A controvérsia do mercado de trabalho
A engenharia cartográfica conta com um aumento salarial significativo e a demanda de mercado só tem crescido; porém faltam profissionais trabalhando na área
Os otimistas alegam: com a chegada dos maiores eventos esportivos ao Brasil – Copa do Mundo da Fifa e as Olimpíadas, em 2014 e 2016, respectivamente – haverá um investimento, de escalas espaciais, no setor de infraestrutura no país. A afirmação parece óbvia, porém é preciso entender melhor o que está por trás de tudo isso.
Os engenheiros, de todas as especialidades, ocupam um dos papéis mais importantes quando se fala em infraestrutura, e a demanda por esses profissionais reafirma o fato: é preciso pessoas que trabalhem com engenharia no Brasil.
Aqui, mais pontualmente, os engenheiros cartógrafos vivem seus dilemas. Enquanto contam com altos salários e universidades com conceitos bons, faltam pessoas para preencher a demanda do mercado.
Uma pesquisa realizada pelo Catho, classificado online de currículos e empregos, chamada de Pesquisa Salarial, aponta que a engenharia cartográfica teve um aumento de 17,61% com relação ao salário dos profissionais da área, colocando a especialidade em primeiro lugar nesse ranking. Participe ou faça uma pesquisa sobre o seu salário em:
www.catho.com.br/salario/cons_gratis.phtml
Segundo Ana Heloisa Camarani, coordenadora da pesquisa, “a cada 3 meses é realizado um levantamento com profissionais em todo o Brasil, no qual são coletadas diversas informações, como cargo, salário, remuneração variável, benefícios e perfil (idade, nível de escolaridade, conhecimentos em idiomas), e também dados sobre a empresa em que trabalha (ramo, região, faturamento), entre outros. Ao final da tabulação, a edição atualizada da Pesquisa Salarial é publicada no site e fica disponível online para que os assinantes possam realizar quantas pesquisas desejarem”.
Para Rogério Gimenez, presidente da Associação Brasileira de Engenheiros Cartógrafos – Regional São Paulo – (Abec-SP), o aumento no salário sinaliza a falta de profissionais no mercado. “Hoje sabemos que o Brasil em breve sofrerá um ‘apagão’ de profissionais na área das engenharias, pois estamos formando menos pessoas do que o necessário para ingressarem no mercado de trabalho. A engenharia cartográfica também está de carona nesta falta de profissionais. Precisamos mapear o Brasil e, para isso, iremos necessitar cada vez mais de engenheiros cartógrafos para estarem à frente desses projetos, bem como na sua execução. Infelizmente, hoje não temos mais do que mil destes profissionais atuando no mercado brasileiro”, explica.
O que vem por aí
Na mesma pesquisa do Catho, chegou-se à conclusão de que houve uma valorização de profissionais responsáveis pelo desenvolvimento da base da infraestrutura no país, levando-se em consideração também a sustentabilidade. “A expansão do investimento em infraestrutura é condição fundamental para a aceleração do desenvolvimento sustentável no Brasil, conforme o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Com isto, também observamos o crescimento destas áreas”, complementa Ana Heloisa.
Isso enfatiza, também, que há outros setores precisando de engenheiros, como o petrolífero. Para Gimenez, “o setor petrolífero está em avançada expansão com a descoberta do pré-sal. Isso exige, e continuará exigindo, pelos próximos anos, a construção de novos empreendimentos para o processamento de todo o petróleo explorado. Também não podemos deixar de citar a mineração, que vem aquecendo o mercado brasileiro, a qual também exige o monitoramento ambiental das áreas a serem exploradas”.
Em contraponto, para fazer a análise da situação atual do mercado de trabalho na engenharia cartográfica, é preciso também entender que alguns fatos desviaram o foco empregatício do setor público para as empresas privadas, porém em menor escala. Gimenez conta que, com o início das privatizações e a chegada das empresas europeias no Brasil, surgiu a necessidade da utilização das bases cartográficas em escalas grandes. Por isso, as companhias precisaram elaborar as suas próprias bases, para suprir as necessidades do mercado. Isso fez com que a procura por engenheiros cartógrafos crescesse.
Mas isso não enfraqueceu as oportunidades no setor público. “Acredito que a maior fonte de empregabilidade será nas empresas que hoje são contratadas pelos governos federal e estadual, os quais necessitam de geoinformação para o apoio na tomada de decisões. Também cabe ressaltar que, nestas empresas públicas contratantes dos serviços de mapeamento, existe e sempre existirá a necessidade de possuírem engenheiros cartógrafos para acompanhar, fiscalizar e aprovar os produtos cartográficos elaborados pela iniciativa privada”, pondera.
Falta mão de obra
Uma outra pesquisa, realizada pela Câmara Americana do Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham/Brasil), aponta a escassez de mão de obra na área de engenharia no país. Um dos questionamentos levantados foi como as empresas (mais de 200 foram consultadas, em todo o país) avaliaram a quantidade da mão de obra formada em relação à demanda do mercado: 49% responderam que é totalmente inadequada.
Ainda, os principais desafios para a formação de mão de obra técnica, nos próximos anos, são a má qualificação dos formandos nas escolas técnicas e universidades brasileiras, a dedicação do tempo de trabalho para a formação do profissional, os programas efetivos de retenção de talentos e os consórcios com universidades e escolas.
Os dados da pesquisa ainda ressaltam: a maioria dessas empresas afirma que o governo deve melhorar o ensino nas universidades.
O que é o IGC?
O Índice Geral de Cursos (IGC) é um indicador utilizado pelo Ministério da Educação (MEC) para conhecer o desempenho das instituições brasileiras de ensino superior. O IGC é divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Os últimos resultados apresentados pelo Instituto – e usados nesta reportagem – correspondem a 2009.
Fonte: http://mundogeo.com/blog/2011/03/10/educacao/
A engenharia cartográfica conta com um aumento salarial significativo e a demanda de mercado só tem crescido; porém faltam profissionais trabalhando na área
Os otimistas alegam: com a chegada dos maiores eventos esportivos ao Brasil – Copa do Mundo da Fifa e as Olimpíadas, em 2014 e 2016, respectivamente – haverá um investimento, de escalas espaciais, no setor de infraestrutura no país. A afirmação parece óbvia, porém é preciso entender melhor o que está por trás de tudo isso.
Os engenheiros, de todas as especialidades, ocupam um dos papéis mais importantes quando se fala em infraestrutura, e a demanda por esses profissionais reafirma o fato: é preciso pessoas que trabalhem com engenharia no Brasil.
Aqui, mais pontualmente, os engenheiros cartógrafos vivem seus dilemas. Enquanto contam com altos salários e universidades com conceitos bons, faltam pessoas para preencher a demanda do mercado.
Uma pesquisa realizada pelo Catho, classificado online de currículos e empregos, chamada de Pesquisa Salarial, aponta que a engenharia cartográfica teve um aumento de 17,61% com relação ao salário dos profissionais da área, colocando a especialidade em primeiro lugar nesse ranking. Participe ou faça uma pesquisa sobre o seu salário em:
www.catho.com.br/salario/cons_gratis.phtml
Segundo Ana Heloisa Camarani, coordenadora da pesquisa, “a cada 3 meses é realizado um levantamento com profissionais em todo o Brasil, no qual são coletadas diversas informações, como cargo, salário, remuneração variável, benefícios e perfil (idade, nível de escolaridade, conhecimentos em idiomas), e também dados sobre a empresa em que trabalha (ramo, região, faturamento), entre outros. Ao final da tabulação, a edição atualizada da Pesquisa Salarial é publicada no site e fica disponível online para que os assinantes possam realizar quantas pesquisas desejarem”.
Para Rogério Gimenez, presidente da Associação Brasileira de Engenheiros Cartógrafos – Regional São Paulo – (Abec-SP), o aumento no salário sinaliza a falta de profissionais no mercado. “Hoje sabemos que o Brasil em breve sofrerá um ‘apagão’ de profissionais na área das engenharias, pois estamos formando menos pessoas do que o necessário para ingressarem no mercado de trabalho. A engenharia cartográfica também está de carona nesta falta de profissionais. Precisamos mapear o Brasil e, para isso, iremos necessitar cada vez mais de engenheiros cartógrafos para estarem à frente desses projetos, bem como na sua execução. Infelizmente, hoje não temos mais do que mil destes profissionais atuando no mercado brasileiro”, explica.
O que vem por aí
Na mesma pesquisa do Catho, chegou-se à conclusão de que houve uma valorização de profissionais responsáveis pelo desenvolvimento da base da infraestrutura no país, levando-se em consideração também a sustentabilidade. “A expansão do investimento em infraestrutura é condição fundamental para a aceleração do desenvolvimento sustentável no Brasil, conforme o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Com isto, também observamos o crescimento destas áreas”, complementa Ana Heloisa.
Isso enfatiza, também, que há outros setores precisando de engenheiros, como o petrolífero. Para Gimenez, “o setor petrolífero está em avançada expansão com a descoberta do pré-sal. Isso exige, e continuará exigindo, pelos próximos anos, a construção de novos empreendimentos para o processamento de todo o petróleo explorado. Também não podemos deixar de citar a mineração, que vem aquecendo o mercado brasileiro, a qual também exige o monitoramento ambiental das áreas a serem exploradas”.
Em contraponto, para fazer a análise da situação atual do mercado de trabalho na engenharia cartográfica, é preciso também entender que alguns fatos desviaram o foco empregatício do setor público para as empresas privadas, porém em menor escala. Gimenez conta que, com o início das privatizações e a chegada das empresas europeias no Brasil, surgiu a necessidade da utilização das bases cartográficas em escalas grandes. Por isso, as companhias precisaram elaborar as suas próprias bases, para suprir as necessidades do mercado. Isso fez com que a procura por engenheiros cartógrafos crescesse.
Mas isso não enfraqueceu as oportunidades no setor público. “Acredito que a maior fonte de empregabilidade será nas empresas que hoje são contratadas pelos governos federal e estadual, os quais necessitam de geoinformação para o apoio na tomada de decisões. Também cabe ressaltar que, nestas empresas públicas contratantes dos serviços de mapeamento, existe e sempre existirá a necessidade de possuírem engenheiros cartógrafos para acompanhar, fiscalizar e aprovar os produtos cartográficos elaborados pela iniciativa privada”, pondera.
Falta mão de obra
Uma outra pesquisa, realizada pela Câmara Americana do Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham/Brasil), aponta a escassez de mão de obra na área de engenharia no país. Um dos questionamentos levantados foi como as empresas (mais de 200 foram consultadas, em todo o país) avaliaram a quantidade da mão de obra formada em relação à demanda do mercado: 49% responderam que é totalmente inadequada.
Ainda, os principais desafios para a formação de mão de obra técnica, nos próximos anos, são a má qualificação dos formandos nas escolas técnicas e universidades brasileiras, a dedicação do tempo de trabalho para a formação do profissional, os programas efetivos de retenção de talentos e os consórcios com universidades e escolas.
Os dados da pesquisa ainda ressaltam: a maioria dessas empresas afirma que o governo deve melhorar o ensino nas universidades.
O que é o IGC?
O Índice Geral de Cursos (IGC) é um indicador utilizado pelo Ministério da Educação (MEC) para conhecer o desempenho das instituições brasileiras de ensino superior. O IGC é divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Os últimos resultados apresentados pelo Instituto – e usados nesta reportagem – correspondem a 2009.
Fonte: http://mundogeo.com/blog/2011/03/10/educacao/