Algumas dicas de soluções para problemas no Profibus-DP.
Prefacio.
Apesar de muito simples, a tecnologia do meio físico mais utilizada no Profibus-DP, a RS-485, ainda vemos alguns detalhes em campo que poderiam ser evitados e que poderiam diminuir o tempo de comissionamento e startup e evitar as condições de intermitências e paradas indesejadas durante a operação. Em outro artigo detalharemos mais situações. Acompanhe nas próximas edições. Sempre que possível, consulte a EN50170 para as regulamentações físicas, assim como as práticas de segurança de cada área. É necessário agir com segurança nas medições, evitando contatos com terminais e fiação, pois a alta tensão pode estar presente e causar choque elétrico. Lembre-se que cada planta e sistema têm seus detalhes de segurança. Informe-se sobre estes detalhes antes de iniciar o trabalho!
Autor: César Cassiolato
Para minimizar o risco de problemas potenciais relacionados à segurança, é preciso seguir as normas de segurança e de áreas classificadas locais aplicáveis que regulam a instalação e operação dos equipamentos.
O meio físico RS-485
Nos terminais de entrada do amplificador diferencial, o sinal de comunicação Profibus chega em modo diferencial e o ruído em modo comum, rejeitando-o. Sendo assim, todo ruído que for induzido no cabo, em geral de origem eletromagnética, será em sua maioria rejeitado.
Dicas em algumas situações com a rede Profibus-DP
Terminação: neste caso, na prática, temos visto muitos erros de conceito. O terminador é uma impedância que se acrescenta na rede Profibus com a função de casar a impedância da rede. Quanto maior for o comprimento da rede, maior poder ser a distorção dos sinais. O terminador elimina erros de comunicação por distorções de sinais. Vale a pena ainda lembrar que se não colocarmos o terminador, o cabeamento funciona como uma antena, facilitando a distorção de sinais e aumentando a susceptibilidade ruídos (figura 2).
A impedância característica é o valor da carga que colocada no final desta linha, não reflete nenhuma energia. Ou em outras palavras, é o valor da carga que proporciona um coeficiente de reflexão zero, ou ainda, uma relação de ondas estacionárias igual a um. A tabela 1 mostra como verificar a rede Profibus-DP em relação aos terminadores e mesmo em relação ao cabo, utilizando um multímetro.
Com a rede inativa e um voltímetro pode-se identificar esta situação. Se a linha B não for mais positiva do que a A, há um problema nestas conexões:
• Condição de tris-tate e idle (1,0 V): esta condição ocorre quando nenhum equipamento Profibus estiver transmitindo e aí os circuitos entram em um estado de alta impedância. Os resistores nas linhas A e B são colocados para que as linhas de dados não flutuem e com isto se tenha uma corrente DC de BIAS;
Estas normas variam de área para área e estão em constante atualização. É responsabilidade do usuário determinar quais normas devem ser seguidas em suas aplicações e garantir que a instalação de cada equipamento esteja de acordo com as mesmas. Uma instalação inadequada ou o uso de um equipamento em aplicações não recomendadas podem prejudicar a performance de um sistema e consequentemente a do processo, além de representar uma fonte de perigo e acidentes. Devido a isto, recomenda-se utilizar somente profissionais treinados e qualificados para instalação, operação e manutenção.
O meio físico RS-485
Neste padrão temos dois canais independentes conhecidos como A e B, que transmitem níveis de tensão iguais, porém com polaridades opostas (VOA e VOB, ou simplesmente VA e VB).
Por esta razão, é importante que a rede seja ligada com a polaridade correta. Embora os sinais sejam opostos, um não é o retorno do outro, isto é, não existe um loop de corrente. Cada sinal tem seu retorno pela terra ou por um terceiro condutor de retorno, entretanto, o sinal deve ser lido pelo receptor de forma diferencial sem referência ao terra ou ao condutor de retorno. Quanto ao aterramento neste sistema de comunicação, esta é a grande vantagem do sinal diferencial: note na figura 1a que o sinal está trafegando com fases invertidas nos condutores do cabo enquanto o ruído trafega com mesma fase.
Nos terminais de entrada do amplificador diferencial, o sinal de comunicação Profibus chega em modo diferencial e o ruído em modo comum, rejeitando-o. Sendo assim, todo ruído que for induzido no cabo, em geral de origem eletromagnética, será em sua maioria rejeitado.
Linhas de transmissão diferenciais utilizam como informação apenas a diferença de potencial existente entre os dois condutores do par trançado (figura 1b), independente da diferença de potencial que eles apresentam em relação ao referencial de tensão (comum ou terra).
A RS-485 usa um par diferencial desbalanceado, o que significa que cada dispositivo na rede deve ser conectado ao terra proporcionando um retorno de sinal para minimizar ruído nas linhas de dados. O cabo utilizado deve ser de par trançado com shield e, sempre que necessário, deve-se utilizar protetores de transientes (figura 1c).
Terminação: neste caso, na prática, temos visto muitos erros de conceito. O terminador é uma impedância que se acrescenta na rede Profibus com a função de casar a impedância da rede. Quanto maior for o comprimento da rede, maior poder ser a distorção dos sinais. O terminador elimina erros de comunicação por distorções de sinais. Vale a pena ainda lembrar que se não colocarmos o terminador, o cabeamento funciona como uma antena, facilitando a distorção de sinais e aumentando a susceptibilidade ruídos (figura 2).
• Linhas A e B no cabo Profibus-DP: é comum em campo encontrarmos a inversão destas linhas na montagem dos conectores.
No Profibus-DP adotamos:
• Linha B: Positivo do sinal – Cor vermelha (Pino 3 do DB9);
• Linha A: Negativo do sinal – Cor Verde (Pino 8 do DB9).
A figura 3 exibe o sinal Profibus-DP com as linhas A e B invertidas a 200m da medição.
• Condição de tris-tate e idle (1,0 V): esta condição ocorre quando nenhum equipamento Profibus estiver transmitindo e aí os circuitos entram em um estado de alta impedância. Os resistores nas linhas A e B são colocados para que as linhas de dados não flutuem e com isto se tenha uma corrente DC de BIAS;
• Resistores com valores altos: diminuem a imunidade a ruídos e geram instabilidade na rede;
• Resistores com valores baixos: sobrecarregam os drivers de comunicação. Veja na figura 4 o sinal com sobrecarga nos drivers;
• Colisão de dados: uma vez que não se tem mais de um equipamento colocando dados na rede Profibus, uma alteração nos sinais que alterem o tempo de bit ou mesmo que se altere o tempo de idle, temos que observar nos sinais se algum equipamento não está requisitando dados mais rápido do que o tempo de um byte.
A colisão acontece quando um equipamento tenta comunicar e a linha não está em tri-state. Outra situação com colisão é quando se tem endereços repetidos no barramento. Como o endereço padrão (default) é o 126, é comum se ter em algumas situações, principalmente durante o comissionamento e startup de aplicações, a condição de endereços repetidos. A figura 5 exemplifica o que acontece no barramento nesta situação.
* Matéria originalmente publicada na revista Mecatrônica Atual; Ano: 10; N° 52; Jul / Ago – 2011
Fonte: http://www.mecatronicaatual.com.br